Lançado em 2003, o Google AdSense mudou a forma como os publishers monetizam os conteúdos online e passou a oferecer, aos anunciantes, uma plataforma para alcançar públicos mais segmentados.
O AdSense expandiu, ao longo dos anos, os formatos de anúncios e incluiu banners, links de texto, anúncios gráficos e anúncios responsivos que se adaptam a diferentes dispositivos.
Agora foram anunciadas mudanças no Google AdSense: mudou o modelo de pagamento aos publishers e alterou a estrutura de divisão de receitas.
Dos cliques às impressões
A monetização do Google AdSense era feita com base em cliques (CPC), em cerca de 85% da receita, e os outros 15% eram lances de viewability e CPM (custo por impressões). A partir do início de 2024, a métrica vai mudar: será 100% com base em impressões (CPM).
E o que isso muda no mundo programático? Agora todo o ecossistema opera com base em CPM (Custo por Mil Impressões ). Tanto AdSense quanto AdExchange.
O sócio da Alright Media e responsável pelo departamento que atende a publishers, Luciano Terres, explica que o Google AdSense deve pagar os publishers somente pelas impressões visíveis, o que deve causar um grande impacto. “Se o anúncio não tiver visibilidade, aquela impressão no site não será paga aos publishers, ou seja: existem grandes riscos da receita dos editores cair”, explica.
Segundo Luciano, uma das consequências será a diminuição do número de anúncios nos sites. “Não adiantaria colocar muitos anúncios se não forem vistos, por exemplo. Pelo lado do usuário pode gerar uma experiência melhor para a leitura e acesso”.
Modelo de pagamento do Google AdSense
Outra novidade anunciada foram as taxas de receita que agora serão divididas entre o lado da compra e o lado da venda, ou seja, entre o anunciante e o publisher. Os editores passarão a receber 80% da receita depois que a plataforma do anunciante cobrar a taxa.
De acordo com Luciano Terres, “os editores vão continuar recebendo 68% da receita, mas agora o processo deve ficar mais transparente: eles terão acesso ao valor de origem do comprador, os descontos aplicados, como as taxas de plataforma e a divisão da receita”, ressalta.
Estas alterações vão proporcionar aos editores uma forma mais clara de comparar as diferentes taxas entre as variadas tecnologias que utilizam para rentabilizar.
Quanto às possíveis alterações do faturamento dos publishers, Terres acredita que existe um risco de queda de receita se os editores não se adequarem à qualidade da experiência do usuário exigida pelo AdSense.
Possíveis soluções
O sócio da Alright traz algumas sugestões para que os sites continuem performando bem: “É preciso pensar melhor na usabilidade dos sites dentro da lógica do usuário, do conteúdo e da publicidade. O Google cobra uma qualidade da experiência do usuário. Então, a opção de utilizar a técnica lazy loading, vai ser praticamente obrigatória, para que os anúncios sejam visíveis.”
Na técnica lazy loading, ou carregamento lento, as imagens são carregadas apenas quando estão prestes a entrar na área visível da página, conforme o usuário faz a leitura e rola para baixo, em vez de carregar todas as imagens simultaneamente quando a página é carregada.