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Por Fabiano Goldoni, Sócio da Alright Media
O termo “Indústria 4.0” talvez seja o conceito mais repetido nos últimos meses em sites de negócios ao redor do mundo. Estamos em direção a uma nova era de geração de valor baseada na conexão entre sistemas produtivos autônomos que vai mudar, inclusive, o conceito de indústria como processo de desenvolver e comercializar produtos. As etapas tradicionais, como análise de mercado, concepção, prototipagem e produção podem – e deverão – ser completamente alteradas na sua ordem, com a capacidade de interconexão entre dados, sistema de pagamento e produção sob demanda personalizada para cada indivíduo. É digitalização vertical da cadeia produtiva, do desenvolvimento de produto, da experiência de compra e da comunicação.
No Brasil, percebo que se fala muito, mas se faz pouco para avançar. Talvez porque seja muito grande a distância entre a realidade que temos hoje e o conceito futuro de sistema produtivos inteligentes. Entendo que existe uma etapa anterior que precisa ser superada para começarmos a sonhar com a Indústria 4.0 no Brasil. É a etapa da transformação digital. A digitalização dos negócios tem como premissa eliminar intermediários e acelerar processos. Ainda vivemos numa realidade extremamente analógica e linear. Uma realidade cheia de intermediários e processos burocráticos.
Nos últimos anos tenho acompanhado o desafio e o esforço de diversos líderes de empresas em digitalizar seus negócios. Compartilhamos artigos e literatura e discutimos sobre como alcançar este Santo Graal que é a Indústria 4.0. Notei que existe alguns padrões de modelo mental e de atitudes em comum entre aqueles que estão conseguindo evoluir nessa digitalização.
É preciso sujar as mãos
Para os empreendedores da era digital, cargos são obsoletos como títulos de nobreza da idade média. Você não vai ser respeitado só porque ostenta o cargo CEO, CMO, vice-presidente, diretor executivo ou qualquer outra condecoração listada no seu perfil do LinkedIn. Está cada vez mais fácil o acesso aos meios para desenvolver um negócio 100% digital. Se você não buscar conhecimento e contribuir de fato no dia a dia da digitalização da sua empresa, um empreendedor vai surgir entre seus funcionários e vai desenvolver o seu próximo concorrente.
É fundamental, não somente ouvir, mas considerar as visões e as ideias de todo colaborador que busca digitalizar algum processo ou experiência dentro da organização. Isso vai muito além da caixinha de sugestões. Geralmente são debates longos onde é preciso estar preparado para terminar a conversa com diversas anotações para buscar mais conhecimento e informação. Estamos falando da transformação radical de toda cadeia produtiva e desenvolvimento de produtos e serviços. Logo, isso precisa estar nas mãos dos líderes das corporações, de ponta a ponta, pegando junto de forma realmente empreendedora.
Uma frase clássica de Martin Luther King que resume este dilema: “(…) muitas pessoas se vêem vivendo em meio a um grande período de mudança social e, no entanto, não desenvolvem as novas atitudes, as novas respostas mentais que a nova situação exige. Eles acabam dormindo durante a revolução”. Portanto, não durma e não espere acontecer pelas mãos de outros.
Esqueça os seus concorrentes
Talvez este seja o maior desafio de todos para proporcionar uma transformação de impacto. Estamos no meio de uma revolução onde negócios tradicionais estão sendo ultrapassados por novas formas de entender todo o conjunto de fatores que gera riqueza. Muitas vezes o grande desafio é descobrir qual é o novo negócio da sua empresa.
Para usar um exemplo clássico, a Uber vale mais do que grandes montadoras. São formas completamente diferentes de gerar valor com o mesmo negócio de transportar as pessoas de um lado para o outro. Muito se fala que as startups mais valiosas são aquelas que encaram de forma mais adequada o desafio de resolver um problema ou facilitar a vida dos usuários. A maioria dessas grandes ideias não surgem de modelos convencionais na relação entre produtos e serviços oferecidos em troca do dinheiro das pessoas.
Parafraseando o fundador do PayPal, Peter Thiel, “Competir é para perdedores”, pois quanto mais você compete, mais você fica parecido todo o resto. Ou pior: você estará sempre um passo atrás tentando acompanhar. Portanto tente não se comparar tanto com seus concorrentes. Esqueça o que eles estão fazendo, ou como eles estão fazendo, para buscar a própria transformação. Provavelmente este é o primeiro passo para criar algo genuinamente disruptivo no seu segmento.
O marketing é um produto
Nos modelos de negócios digitais o consumidor passa a ser um usuário, não só um comprador ou cliente. A digitalização permite acumular uma audiência “acionável” através de tecnologias que vão desde o tradicional CRM, aplicativos e até a Internet das coisas em produtos conectados. A empresa que detém controle sobre uma audiência é capaz de acionar sistema produtivos baseados em dados.
Outra grande mudança de paradigma em relação a digitalização dos negócios diz respeito à forma como as empresas as marcas comunicam com seus consumidores. A publicidade deu lugar ao conteúdo, que por sua vez, tem como objetivo buscar autoridade e relevância sobre um determinado assunto. Dessa forma, o conteúdo como a base do marketing também passa a ser um agregador de audiência.
É um ciclo que se retroalimenta o tempo inteiro: a experiência de marca e a experiência de compra se tornam praticamente a mesma coisa em determinados momentos. Isso provoca um efeito espiral onde, quanto mais digitalizada é uma empresa, mais o marketing gera novos produtos através de suas próprias ações.
Um exemplo recente é a iniciativa do Grupo Pão de Açúcar com aplicativo Pão de Açúcar Mais. Depois de agregar uma audiência considerável através do aplicativo e reunir dados de consumo dos seus clientes, o Grupo Pão de Açúcar abriu o aplicativo para os bancos. Clientes do Itaú poderão fazer os pagamentos das compras através do aplicativo. Fica a pergunta no ar: o app é uma ação de marketing de relacionamento ou produto? Entendo que são as duas coisas.
Existem muitos outros pontos que podem ser relacionados como fundamentais para transformar um negócio para a era digital, baseada em dados, automação e inteligência artificial. Mas listei aqui o que eu acredito ser o começo de uma nova cultura que precisa ser implementada nas empresas. Podemos falar sobre aquisições, sobre incubação de startups, sobre parcerias estratégicas, compartilhamento de audiências, etc. O que nós não podemos é dormir durante a revolução.[/vc_column_text][/vc_column][vc_column width=”2/12″][vc_column_text css=”.vc_custom_1520577206276{margin-top: 50px !important;}”][/vc_column_text][vc_wp_categories el_class=”wpcategorias”][vc_wp_tagcloud taxonomy=”post_tag”][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column width=”1/6″][/vc_column][vc_column width=”2/3″][vc_single_image image=”7001963″ alignment=”center”][vc_column_text css=”.vc_custom_1530816646246{margin-top: -10px !important;margin-bottom: 50px !important;}”]
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