A live foi idealizada pela Alright AdTech para realizar o lançamento ao mercado de seu estudo chamado O Brasil do Interior: crescimento econômico além dos grandes centros urbanos em 8 estados brasileiros. O material foi produzido pela ad tech em parceria com a agência Fronteira – especializada em jornalismo e projetos de conteúdo.
A transmissão, que teve como host o sócio e co-fundador da Alright, Fabiano Goldoni, contou com a participação da gerente comercial sênior da ad tech, Gilmara Souza, e das convidadas Katarine Sanches, gerente de mídia sênior da agência Leo Burnett; Helenice Moura, presidente regional da ComEcomm e diretora fundadora do projeto social de empoderamento de jovens de periferias, A Liga Digital; e Sílvia Lisboa, Fundadora da agência Fronteira.
Em dinâmica de bate-papo, o tema central do debate foi o crescimento do interior do país, suas novas oportunidades de negócios, e o papel da mídia regionalizada e contextual com foco no alcance dessas valiosas audiências que estão fora das metrópoles e capitais brasileiras.
Para embasar a conversa, foram trazidos alguns dados e insights impressionantes do estudo exclusivo O Brasil do Interior, lançado em primeira mão aos inscritos para assistir a live transmitida no YouTube.
O estudo traz números que comprovam o crescimento maior e em ritmo mais acelerado do interior (de alguns setores e também em termos absolutos) em detrimento das regiões metropolitanas das capitais em quase todos os oito estados analisados: SP, MG, RS, SC, PR, MS, MT e GO. Alguns desses números conclusivos extraídos de fontes como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) são:
- No período (2010-2018) e nas regiões analisadas, o PIB do interior cresceu uma média de 95%, enquanto as regiões metropolitanas das capitais cresceram em média 65%;
- O interior está cada vez mais tecnológico, e 58% da população brasileira conectada à internet está fora das capitais e regiões metropolitanas.
“O maior achado que veio dessa pesquisa na minha visão de E-Commerce, é o poder da mídia e da transformação [digital] que a gente pode usar para olhar para o interior e criar campanhas, criar segmentações”.
– Helenice Moura, Presidente Regional da ComEcomm
O futuro será no interior?
Já vemos um grande volume de matérias sobre o crescimento do interior por todo lado, reportando notícias como as bolhas de riqueza no Oeste da Bahia, por exemplo, que surgiram com o crescimento dos investimentos no agronegócio tecnificado. Este é um dos fenômenos que tornam algumas regiões do interior do país “imunes à crise”, impulsionando o seu PIB.
Mas não só do agronegócio vive o interior. A desbancarização do brasileiro ainda é uma realidade nessas regiões, que detém 61% da população nacional que não possui contas em bancos. Por isso, as Fintechs estão desbravando essas localidades cada vez mais desenvolvidas e com acesso à tecnologia, atrás de clientes de alto poder aquisitivo que ainda não são fidelizados por bancos tradicionais, oferecendo maior facilidade de abertura de contas e tarifas zero.
E assim nasceu o estudo O Brasil do Interior. Observadora dos diversos movimentos de interiorização dos negócios que vêm ocorrendo na última década, a Alright AdTech, como rede de veículos digitais regionais, buscou realizar um estudo que validasse a hipótese de que o crescimento do interior já supera o das grandes regiões metropolitanas – o que, por sua vez, também corrobora a importância de as marcas nacionais darem maior atenção às audiências locais ao anunciar suas campanhas no digital.
O que é o estudo O Brasil do Interior, abordado pela Alright?
O Brasil do Interior é um estudo aprofundado da economia de alguns territórios contemplados, com o objetivo de dimensionar o crescimento do interior do país. Além da organização dos dados em modelo comparativo e que comprova o maior crescimento do interior em relação às capitais e regiões metropolitanas, foi realizado um zoom em mesorregiões e cidades que se destacam pelo crescimento acima da média dos estados.
Entre esses destaques estão a região do Triângulo Mineiro, o Sul-Sudeste catarinense, o Leste sul mato-grossense, o Norte mato-grossense e o Sul goiano; além de municípios como Piracicaba (SP), Foz do Iguaçu (PR), Três Lagoas (MS), Extrema (MG), Passo Fundo (RS), entre outros.
Em mais de 70 páginas de conteúdo, são trazidos dados comparativos entre interior e capital de cada um dos oito estados brasileiros analisados, traduzidos em insights sobre índices de crescimento do acesso à internet, PIB, PIB per capita, e de setores como o de serviços, indústria e impostos sobre produtos. A agência Fronteira realizou a mineração dos dados utilizando a base do IBGE como principal fonte de informação.
Segundo Silvia Lisboa, fundadora da Fronteira, a realização do estudo foi um desafio por se tratar de um grande volume de dados: “Houve uma mineração de dados bastante trabalhosa […] porque os números não estão prontos. E precisávamos de uma base de comparação [entre interior e regiões metropolitanas das capitais] para avaliar essa hipótese da Alright de que o interior estava crescendo e se desenvolvendo muito mais e de forma mais acelerada”.
Uma das conclusões mais importantes do estudo e de maior valor para o mercado no que tange à identificação de oportunidades e públicos consumidores no interior, é o crescimento paralelo da indústria e dos serviços nessas regiões, mostrando um aumento do poder aquisitivo da sua população, além de ser um dos motivos de tantas pessoas estarem deixando as grandes cidades (êxodo urbano).
Afinal, o desenvolvimento acelerado dos municípios do interior dá segurança aos migrantes vindos das metrópoles de que eles poderão desfrutar de uma melhor qualidade de vida sem abrir mão de uma boa infraestrutura, que antes apenas se encontrava na cidade grande.
A Alright AdTech, por sua vez, encomendou esse estudo como subsídio para uma gerar insights bem embasados sobre a importância das audiências qualificadas presentes no interior para grandes marcas que anunciam no digital. E a forma de alcançá-las no melhor contexto online é através de veículos de conteúdos e notícias regionais, por onde esses públicos hiper-localizados navegam em busca de informação de qualidade.
“Realmente não tínhamos esse dado todo compilado, tão técnico e tão aprofundado. Isso é demais para a gente, traz inteligência para as campanhas. E a gente enxerga todas essas oportunidades, falando de comunicação e de negócios”.
– Katarine Sanches, Gerente de Mídia da Leo Burnett
Como os negócios estão crescendo no interior
Gilmara Souza, executiva comercial sênior na Alright, perguntou à Helenice Moura – presidente regional da ComEcomm – como ela enxerga o atual cenário do E-commerce no interior do Brasil. Com vasta vivência no setor e em específico em cidades interioranas, Moura destacou: “Já houve muito a polarização Rio-São Paulo […] e essa polarização caiu completamente, e hoje temos negócios digitais inteiros sendo construídos no interior”.
A participante também trouxe vários exemplos desse cenário, como é o caso de Maringá – um município de pequeno porte do interior paranaense, que possui diversas startups que estão sendo adquiridas por grandes empresas, além de várias outras iniciativas de destaque. Foram comentados também os polos de tecnologia que estão se desenvolvendo no interior do Sul do país.
Portanto, conforme disse Helenice, o conhecimento e a conectividade estavam muito centralizados onde a internet chegava bem. Agora, essas barreiras estão sendo quebradas com a descentralização; ou seja, o conhecimento está sendo cascateado também para o interior e já são notáveis as ondas de crescimento de negócios nessas localidades. Sobre isso, Moura completou: “Não só [negócios] relacionados ao agronegócio, mas também grandes plataformas de E-commerce, o setor calçadista e o setor de beleza, por exemplo. Um dos maiores players de beleza do Brasil fica em Arapongas, no interior do Paraná”.
Katarine Sanches, gerente de mídia da Leo Burnett e responsável pela conta da Fiat na agência, completou: “O crescimento digital [no interior] e da infraestrutura ajudou muito. Isso [a entrega de mídia com possibilidade de comunicações específicas] não conseguíamos fazer tão bem e tão hiper-segmentado alguns anos atrás. É bem importante”.
Ainda segundo Sanches, cujo maior cliente anuncia com mídia programática na Rede Alright, os reflexos das campanhas hiper-localizadas nos negócios são nítidos nos índices de conversão e de engajamento do target do interior. “Você tem uma maior retenção, uma maior fidelidade. Você conversa com esse target no dia a dia”.
Moura complementou trazendo o aspecto do aumento de oportunidades que a mídia regionalizada proporciona aos negócios: “Hoje nós conseguimos microssegmentar muito mais, e com isso ser muito mais assertivo na comunicação e ter muito menos dispersão dos esforços, muito comum nas campanhas e nas estratégias de mídia”.
Sílvia Lisboa, da Fronteira, por sua vez, contribuiu lembrando do papel social da mídia digital no fomento e consolidação do setor de jornalismo de veículos regionais, por meio da monetização com publicidade: “É muito importante que o interior seja visto como uma oportunidade de fortalecer o jornalismo e a comunicação. E as marcas estão ajudando também a fomentar esse setor que é muito carente de sustentação financeira”.