A colaboração teve espaço no Alright Summit com a discussão do tema: “Colaboração no Jornalismo Hiperlocal” que destacou a importância de parcerias estratégicas entre jornalistas e organizações locais para fortalecer comunidades e oferecer uma cobertura informativa detalhada e relevante.
A discussão revelou como a colaboração pode ampliar o alcance das notícias, melhorar a qualidade da informação e promover um senso de pertencimento entre os cidadãos. Além disso, foram abordados os desafios e oportunidades que surgem na criação de redes colaborativas no ambiente hiperlocal, trazendo à tona casos de sucesso e estratégias eficazes para engajar e informar comunidades específicas.
Destacamos alguns pontos fundamentais que os convidados apresentaram e que devem servir para que o setor, incluindo profissionais, associações, empresas de comunicação e demais instituições, enxerguem o papel histórico das entidades representativas e sua colaboração para o desenvolvimento do mercado.
– Ricardo Mateus Silberschlag, Presidente da ADI Multimídia – RS, enfatizou a importância do reposicionamento na representação dos veículos de comunicação, agora incorporando o multimídia em vez de se limitarem a formatos tradicionais como impresso ou rádio. “Os veículos de cidades menores precisam manter a relevância local. O desafio é que, mesmo diante de uma notícia de grande audiência, o jornalismo local precisa falar sobre sua própria comunidade e não se perder em meio a grandes portais nacionais”, afirmou. Ele destacou como a colaboração tem sido vital para a participação em editais do Google e Meta, trazendo investimentos em infraestrutura e ganhos de audiência.
– Renato Delicato Zaiden, presidente da Associação Paulista de Portais e Jornais (APJ), vê a iniciativa de ampliação das parcerias como um ponto de convergência para o fortalecimento do jornalismo regional. “Nossa luta agora é pela valorização do jornalismo e pela diferenciação daquilo que só o jornalismo pode fazer. Eu acredito na informação como ferramenta para gerar conexão, proximidade e transformação positiva”, ressaltou. Ele defendeu que as empresas de comunicação trabalhem com bons propósitos, focando na parte editorial, e que organizações invistam em jornalismo de credibilidade.
– Ernesto Marques, presidente da Associação Bahiana de Imprensa (ABI), trouxe à tona a importância de reconhecer o jornalismo fora dos grandes centros. “Precisamos lutar contra essa chaga chamada desinformação, que prejudica a todos. Uma capital é muito grande, cabem ‘cidades’ dentro dela, que geram pautas e notícias que não chegam aos grandes jornais”, disse. Para ele, a colaboração é essencial para conectar jornalistas e repensar o papel das entidades como espaços de reflexão e ação conjunta.
– Rodrigo Silva Fernandes, presidente do Sindicato dos Proprietários de Jornais (Sindijori) de Minas Gerais, destacou o papel da entidade na capacitação de empresas de comunicação e na migração do impresso para o digital. “Mesmo com tiragens pequenas, conseguimos transformar a visualização digital em um cenário mais competitivo”, afirmou. Ele enfatizou que o trabalho em rede dos associados tem sido fundamental para manter a qualidade e relevância do jornalismo local.
– Giuliano Galli, Coordenador de Jornalismo e Liberdade de Expressão do Instituto Vladimir Herzog, enviou um comunicado especial, destacando a parceria recente com a Alright, visando fortalecer o setor. “Nosso compromisso é atuar para que jornalistas e comunicadores possam exercer suas atividades de forma menos desafiadora, mais segura e sendo devidamente reconhecidos e valorizados”, afirmou, apontando que essa parceria promete render muitos frutos para a imprensa brasileira e para a promoção da cidadania.
Colaboração que Fortalece o Jornalismo e a Democracia
Essas reflexões sobre o papel das entidades representativas e a colaboração indicam caminhos urgentes para a sobrevivência do jornalismo hiperlocal e para o reconhecimento de seu valor essencial para a democracia. As parcerias estratégicas, como as abordadas no Alright Summit, mostram-se fundamentais para manter a relevância das notícias em comunidades específicas, assegurando que informações de interesse público não sejam ofuscadas. Essa união de esforços não só fortalece o setor, mas também promove um jornalismo mais plural e inclusivo, capaz de atender às diversas realidades do país.
Ao integrar tecnologias, ampliar redes colaborativas e valorizar a qualidade editorial, as entidades representativas têm o poder de impulsionar a transformação do jornalismo local em uma força resiliente contra a desinformação, unindo história, diferentes gerações e alinhamento com as demandas atuais. O compromisso dessas organizações em defender a credibilidade e a segurança dos profissionais da comunicação é um passo decisivo para garantir que o jornalismo continue a ser um pilar essencial para a cidadania e para a construção de uma sociedade mais justa.
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